sábado, 12 de março de 2011


A Paz não se aquieta mais
Dentro de mim!

Não sou Atlas,
Mas carrego nas costas
O peso do Mundo.
O peso das convivências
Impiedosas
Que me atormentam o espírito.

O peso dos olhares impertinentes
Que me crucificam, da tolerância
Dissimulada
Que me esgota a alma.
O peso dos sorrisos,
Fingidos
Que me consomem a mente,
Da vileza sórdida
Que me rouba a seiva.

Que raio de gentes!

Só na vida alheia tropeçam
Isentas de indignidade.

Ai, essa maldita
Intromissão no alheio!
Ai, essa maldita
Farsa da unidade!
Ai, essa maldita
Mesquinhez do pré-conceito!

Que raio de gentes!

A Identidade, desprezam.
A Diferença, condenam.
A uniformidade, preservam
Como se o único lhes fosse alheio.
Em nome da impostura social
Que não pode ser adiada,
Em nome da falsa ordem,
Que não deve ser des-velada.

Isabel Rosete, in “Vozes do Pensamento”

O preço da Identidade
Anula as mentes enfraquecidas,
Alucina as personalidades
In-distintas, manipula-as
No seio das multidões
Sem rosto próprio,
Devolve-as ao anonimato
Que convém à Hipocrisia.

Isabel Rosete, in “Vozes do Pensamento”



Amo o Sol, tudo o que brilha
Pelos raios da felicidade anunciada
Numa intensa alegria ou vã agonia.

As palavras soltam-se
Da minha boca
Como dardos certeiros
Por entre as estrelas que ainda brilham.

Aos homens se dirigem,
Visam o seu rosto
Suspenso e decomposto
Na face dos grandes mistérios do Mundo,

Nos terrores da Guerra,
Nos visos sanguinários e denegridos
De todos os opressores,

Nos medos das gentes acabrunhadas,
Maltratadas, em nome de um tal dito
Progresso, nas trevas, um dia lançado.

Isabel Rosete, in "Vozes do Pensamento"

"VOZES DO PENSAMENTO" e o "25 de Abril", por Isabel Rosete

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