quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sessão de Lançamento de "Vozes do Pensamento"
Livraria Leitura Bulhosa, C.C. Cidade do Porto, 20/03/2010

Isabel Rosete e Gonçalo Rosete  

von Trina, ângelo Rdrigues e Isabel Rosete


O público (alguns amigos e conhecidos... outros anónimos)



Von Trina a preparar os pormenores da apsesentãção do evento







Von Trina, Ângelo Rosdrigues, Isabel Rosete e Gonçalo Rosete








 von Trina, Ângelo Rodrigues,Isabel Rosete e representante da Editora Ecopy


 Mário Branco(o designer), Gonçalo Rosete, von Trina e Rosário Relva,num dos momentos de hetro-organização

Isabel Rosete e Gonçalo Rosete 


 Isabel Rosete


 Rosário Relva declamento "Vozes do Pensamento"
 Mario Branco, Naia Sardo e Rosário Relva 

 von Trina, Ângelo Rodrigues,Isabel Rosete,Gonçalo Rosete e alguns amigos











 Naia Sardo declamando "Vozes do Pensmaneto"

Alguns amigos 



 von Trina, ângelo Rodrigues, Isabel Rosete e Gonçalo Rosete


 Ângelo Rodrigues e Isabel Rosete, apresentado-se como poetisa


Concepção e organização da Sessão:
Isabel Rosete


Colaboração:
Gonçalo Rosete, Ângelo Rodrigues von Trina (palestrantes, apresentadores da autora e da obra); Naia Sardo e Rosário Relva do Grupo Poético de Aveiro (declamação de poemas de "Vozes"); Mário Branco (Designer); gerente da livraria e representante da Editora Ecopy

sábado, 17 de abril de 2010

EM HOMENAGEM À POESIA E AOS POETAS (através de)
FLORBELA ESPANCA (uma das minhas musas inspiradoaras)



  Ser Poeta



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!


É ter de mil desejos o esplendos
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!


É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!


E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»



quarta-feira, 14 de abril de 2010

TEXTO DE APRESENTAÇÃO DA OBRA "VOZES DO PENSAMENTO", POR JOÃO PARREIRA, LIVRARIA BERTRAND, FÓRUM DE AVEIRO, 09/04/2010


«VOZES DO PENSAMENTO,

livro de poemas de procura ontológica da prof. Isabel Rosete,

começa com referências a três vozes que nem a mais cordata transcultura desejaria ligar,

três vozes distintas, as de Rilke, Nietzche e Heidegger.


Sobretudo a do último, porquanto a autora, numa tese que elaborou, percebeu nele uma
preocupação onto-eco-artística (palavras suas) estando ciente de que
compreender a filosofia de Martin Heidegger não significa apenas alterar a nossa
mundivisão, mas também entender a própria Poesia como palavra do Ser no Tempo.

Isabel Rosete costuma dizer que partiu da Filosofia para a Poesia.
Se quiséssemos elaborar aqui sobre um topos, diríamos que a poeta partiu com bilhete
de ida-e-volta da Floresta Negra para os horizontes escarpados de Duíno ( onde Rilke se
recolheu para escutar a poesia) e voltou ao lugar heideggeriano da sua origem.

E dele terá partido, é a minha simples hermenêutica, para o que o filósofo germânico
nunca deixou de nos propor: uma meditação ontológica.
Com a Poesia, que foi, para Heidegger, a essência da Arte.
Porque este volume de poemas, digo-o desde já, procura a Poesia/o fazer poético/ no
oxímoro que é contingência e a essencialidade do Ser.

Não foi Platão quem ligou o termo poesia ao acto que tem por finalidade passar uma
coisa do não-ser ao ser?
A linha de pensamento de cada um dos citados referencialmente pela poeta, não é de
todo comum, mas abre janelas de oportunidade para planícies várias no âmbito de pensar
Poesia.

Embora o efémero de Rilke ( a contrariar um poema de 1901 «Tu és o futuro, aurora
imensa,/ sobre as planuras da eternidade») pareça não jogar a não ser pela loucura com
um quase inesperado «sangue é espírito» do filósofo de Assim Falava Zaratrusta, a
verdade é que, do conjunto dos citados, o autor de O Ser e o Tempo concluiu entre o
efémero e o espírito que o pensamento é o que permanecerá sobre a escuridão do
mundo.

Por isso mesmo, de todos, é Heidegger quem mais está presente neste livro: « Procuro
o Ser, para além das aparências; a transparência, para além da hipocrisia.» - diz a Isabel.
A Poesia tem essa virtualidade e abre-nos as possibilidades de compreender o Ser e o
futuro. Já um dos maiores poetas do fim de século XIX e começos do XX, hoje quase
desconhecido das antologias, o paquistanês Mohammad Iqbal , pela sua religiosidade,
escreveu que «se a poesia molda o homem, então é ela é hereditária da profecia.»


Poesia filosófica, esta de as Vozes do Pensamento? Também. Embora um grande poeta
português, Ruy Belo, também ele douto em filosofia religiosa/direito canónico, tenha
escrito que a filosofia não se dá bem na poesia. Dar-se-á melhor no romance, de onde
parece nunca ter saído pelo menos no século XX a julgar por Camus e Sartre.


Não me parece ser o caso de Vozes do Pensamento, que contem uma filosofia poética
carregada de sentidos, identidades, diferenças, todavia sem pré-conceitos o que pode
ser do domínio da própria filosofia.


É uma poesia repleta de referentes e de objectos comunicáveis? Sim, desde logo o
desvelar da própria autora, que, aproximando-se da heteronímia com outro nome,
variações do ser, escreve, a dado momento do livro:


Des-constroem-se,
Todos os pedaços de mim.
Sobrevivem fragmentos,
In-distintos,
Em pleno estado de efervescência.


Mas é no poema inicial que se identifica, num puro exercício de se apresentar. E aí
afirma-se, para não ser definitiva e se defender de anquilosamentos, de petrificações,
não tanto quem É, mas como ESTÁ, ou para usar uma expressão de Vergílio Ferreira,
também autor caro à nossa poeta, QUEM ESTOU:


Sinto-me leve.
Abandonei todos os grilhões,
Todos os freios,
Todas as limitações.
A minha alma eleva-se.
Confunde-se com as nuvens
De um céu claro,
Transbordante de placidez.


Nestes versos Isabel Rosete fala da alma, da sua alma. E a sua alma exposta é a chave.
Além do mais, é uma alma generosa, porque vê para fora de si própria:


Enaltece-se,
Grandiosa,
Com a imensidão do Universo,
Com a harmonia de todas as formas,
Com a perfeição de todos os seres.


Tem às vezes um senão, como todas as almas sensíveis:


Venda-se,
Aos horrores humanos.
Serena,
Por alguns instantes,
Face à efémera ocultação
Do sofrimento.


Por isso a sua poesia é também libelo acusatório:


Olho em frente.
Vejo a miséria
Das crianças que sofrem,
Imaculadas,
Sem Pátria,
Sem morada.
Escuto o redemoinho libertino
Dos espíritos embriagados
Pela nudez,
Não mais originária.
Olho em frente.
Vejo a prepotência das Nações,
As falsas intenções dos Povos,
Descrentes,
Dissimulados.
Escuto os gritos da Terra,
Em desespero,
Esmagada pela ambição dos Homens,
Sem dignidade.


O início deste poema que questiona o poder, os mais fortes, alheios ao sofrimento do
terno objecto comunicável do poema, ou referente : «as crianças que sofrem», ocorreu-
me que a poesia é uma purga da pobreza do mundo, que a poesia melhora o presente.
O poeta tem a capacidade de se espantar, de se comover com o que seus olhos vêem,
seu espírito perscruta. Mas não se fica pelo espanto, Isabel Rosete integra com tantos
tantos outros poetas a nobre tarefa – como escreveu noutro lugar - de “restituir à Arte
essa nobre missão de des-velamento do Ser e do destino historial dos escassos fios de
Humanidade que ainda nos restam.”


Espanta-se,
Com a beleza dos orbes celestes,
Ainda não avistados.
Comove-se,
Com a infinitude do Universo,
Ainda não des-velada.


Em 1866, o simbolista Paul Verlaine escrevia um poema que era o contrário do espanto
perante a Natureza, , nos seus Poemas Saturnianos, dizia, num momento por ventura de
angústia e antes de dar dois tiros em Rimbaud:
«A natureza nada tem que me comova», «Rio-me da Arte e do Homem», de templos
gregos e de catedrais, e concluiu dizendo que não cria em Deus e expulsava da sua
memória o próprio Amor....
todavia passados alguns anos converteu-se ao Catolicismo.


Voltando a Vozes do Pensamento, detecta-se aqui e além um certo sensacionismo
pessoano, o sentir tudo de todas as maneiras, que abrem ao leitor as perspectivas de
uma mundivisão, ou mais lato ainda, de uma cosmovisão.


O meu pensamento viaja,
Prenhe de fertilidade,
Sempre aberto e determinado


que a autora procura transmitir ao longo das páginas do seu livro. O «sentir tudo de todas
as maneiras» do Álvaro de Campos, reencontra-se neste belo excerto:


Sente,
Todas as emoções,
Ainda não experimentadas.
Apaixona-se,
Pela face oculta do Mistério,
Ainda não re-velada.


Álvaro de Campos, comparativamente, desenvolveu assim o mesmo pensamento, há
mais de 90 anos/ há quase um século:


Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo


Mas será que detecto também um vislumbre dramático de Florbela Espanca?


Uma saudade do Infinito
Cresce dentro de mim,
Como se o Mundo acabasse
Num só dia,
O derradeiro dia
De todos os dias
Do resto da minha vida.


Para nos vir falar dos segredos da Morte! A linha que traço para a compreensão desta
obra, onde vislumbro vasos comunicantes, não deixa de ser observante do que um
poeta romântico inglês Shelley, no século XVIII, definiu como Defesa da Poesia: «o
grande poema que todos os poetas cooperadores de um grande espírito têm vindo a
construir desde o começo do mundo.»


Este livro tem várias chaves, claro que no sentido pessoano do Álvaro de Campos para abrir portas em paredes sem porta, mas um desses poemas-chave do volume, segundo o meu ponto de vista, diz assim


Escrevo
Agarrando a Vida por um só fio,
Tão subtil,
Tão leve,
Tão frágil,
Quanto o das aves migratórias.
O sussurro do Mundo
Envolve-me,
Sempre que as Vozes do Pensamento
Me impelem à escrita.


A razão de ser da autora está aqui, na atenção que dá ao «sussurro do Mundo»:

Embala-me,
Afaga-me,
Num lento e doce caminhar,
Por entre as pausas e os silêncios,
Nas entre-linhas ocultadas.
As palavras soltam-se,
A folha em branco
Preenchem,
E a minha identidade
Aí permanece.

A propósito da identidade que a folha branca espera que tome forma em texto poético,
porque autor e texto são a mesma entidade, termino com um pensamento de um dos
maiores poetas norte-americanos, Wallace Stevens, que a «poesia é o assunto do
poema». O poeta, a sua visão do mundo, o seu estado de criação perante o mundo, são
também o assunto do poema.

E termino mesmo, confidenciando, que para ser fiel à experiência ôntica e poética da

autora, preferi às minhas palavras laterais que seus poemas falassem. Afinal, trata-se de

as múltiplas mas unívocas Vozes de um pensamento.»


© J.T.Parreira

domingo, 11 de abril de 2010

Convite:


Terceira sessão de apresentação do livro VOZES DO PENSAMENTO, de Isabel Rosete, 18/04/2010 (Domingo), a partir das 21.30h, no DECANTE-BAR, em AVEIRO (ao lado da "Pensão Ferro" - Praça do Peixe).
Aguardo a vossa presença e participação, que muito me honrará, para mais uma encenação da Poesia, ao som do piano de Rui Pereira, num acolhedor porto de honra. Este convite é extensível a todos os vossos familiares e amigos.

Bem-hajam,
Isabel Rosete




terça-feira, 6 de abril de 2010

CONVITE

É com muito prazer que vos convido para a segunda sessão de apresentação do meu livro, "Vozes do Pensamento", a realizar na livraria Bertrand, no Fórum Aveiro, no dia 9 de Abril de 2010, às 21.30 h. O evento contará com a participação do Grupo Poético de Aveiro, do pianista Rui Pereira e do Decante-Bar, num verdadeiro porto de honra.

Vamos encenar a Poesia num espectáculo único.

Bem-hajam,
Isabel Rosete

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ante-começo

Eis um livro onde o Razão fala e o Pensamento escuta todas as vozes. As vozes do silêncio, que emanam do interior das coisas-mesmas.
Na aura das essências, se move a minha escrita. Não quero o verosímil. A Verdade ambiciono.
Procuro o Ser, para além das aparências; a transparência, para além da hipocrisia.
Caminho em demanda pela chama originária que acende e ilumina o mais genuíno, o mais puro, o mais autêntico.
As mais elevadas regiões do Espírito conduzem-me ao não-dito; a sagacidade da Inteligência, ao encoberto pela trivialidade dos seres e dos estares, demagógicos, que o Mundo dominam.
Vozes do Pensamento, uma obra para mentes livres e abertas, em nome do sempre novo e do Diálogo, sem pré-conceitos; em nome da Identidade e da Diferença, apanágio dos espíritos críticos.

Isabel Rosete
Agosto de 2008
Agradecimentos,

Ao Gonçalo, meu companheiro da Crítica e da Filosofia. Muitas vezes, também, a voz audível da minha consciência.

Ao Mário, eterno seguidor dos meus caminhos, sempre presente em todas os momentos da minha existência conturbada.

À Vânia Moreira Diniz, presente em todos os espaços Ecos, escritora, humanista e poetisa, que em mim fez des-poletar uma certa veia poética.

À Virgínia Fulver, mulher de todos os estares e pensares, que sempre acolheu a minha escrita poética e ensaística, com muito carinho e consideração.

Ao Dr. Henrique Oliveira, grande mestre da língua portuguesa, a nossa amada Pátria, que muito me incentivou para a publicação dos meus pensamentos.

A todos os outros, não nomeados,

Bem-hajam.


Isabel Rosete

Agosto de 2008
Ficha Técnica


Autora: Isabel Rosete

Título: Vozes do pensamento

Subtítulo: Uma obra para espíritos críticos

Design da Capa: Mário Branco sobre fotografia de Gonçalo Rosete

Design Gráfico: Joana Mota Liz

Colecção: Poetas Contemporâneos 15

ISBN: 978-989-656-027-0

Depósito Legal: 293021/09

Data: Novembro 2009

Catalogação na Publicação: Biblioteca Nacional de Portugal


Edições Ecopy

Rua de José Joaquim Ribeiro Teles, 323, 1º, Sala J

4445-485 Ermesinde

edicoes.ecopy@macalfa.pt

O "single" do livro "Vozes do Pensamento"

Vozes do Pensamento…


As minhas,

As de alguns outros,

Soam no infinito universo do Silêncio,

Nem sempre audível.


Ecoam,

Destoam,

Na identidade do mesmo

E do outro;


Apelam,

Explodem,

No turbilhão do Mundo

Em devir perpétuo;


Movem

Corpos e almas,

Na clareira do Ser,

Sempre em Aberto;


Removem

Consciências,

Nem sempre tranquilas;


Espalham

As sementes da Verdade,

Nem sempre permitida.


Isabel Rosete

07/08/2008

"VOZES DO PENSAMENTO" e o "25 de Abril", por Isabel Rosete

  Minhas Senhoras e meus Senhores, Desculpem a minha ignorância: iremos comemorar que/qual "25 de Abril", face ao estado nacional ...